. . . o Bimbo como prefeito e como pai

--- Pensei e repensei antes de colocar no papel esse comentário: Estou tentando analisar o Prefeito Bimbo. Prefeito pela primeira vez em SN lá no comecinho dos anos 80. Eu o acompanhei de perto e fui seu colaborador sempre que necessário. Tinha eu já há um bom tempo a coluna "Comentando..." na última página do jornal "O Serrano". Não houve carnaval em seu primeiro ano porque estava havendo muito abuso nas despesas do carnaval de ano pra ano. Foi quando escrevi a crônica de primeira página "Somos todos culpados", quando vesti em mim mesmo a carapuça. Neste carnaval ele enfrentou, ao lado de sua esposa, a revolta dos foliões que fizeram na praça o enterro do carnaval serrano, andando com ela pelas ruas da cidade (não precisou andar com guarda-costas). Um ano depois apresentou um carnaval brilhante e econômico e voltei a escrever na primeira página do jornal o artigo "Somos todos vitoriosos". Portanto, fui testemunha viva de sua honestidade e austeridade no tratamento do dinheiro público, com uma administração eficiente, sem apaniguados e sem interferências desastrosas. O tempo passou e já no ocaso da vida aceitou voltar à disputa e venceu e re-venceu (expressão adaptada), na eleição subsequente, repisando, exaltando sua conhecida honestidade. Tenho certeza absoluta que ele passou para seu único filho todos os ensinamentos e vantagens de se ter crédito, de ser honesto em tudo e de sempre falar a verdade. Por isso que também tenho certeza de seu sofrimento e decepção quando seu filho traiu sua confiança mentindo, fazendo outros mentirem e corrompeu sua última eleição para vereador. Pelo menos é isso que consta da ação jurídica que levou a sua cassação. Até aí o Bimbo está isento de qualquer responsabilidade direta na educação e ensinamentos cristãos ao seu único filho.

Mas..., passa a ter responsabilidade a partir do momento em que não o recrimina como deve sempre fazer um bom pai para o bem de seu filho que errou, para que seu filho volte a rumar o caminho do bem, da verdade e da honestidade tão apregoada por ele. Deveria, até como punição educativa, tê-lo terminantemente afastado de qualquer cargo ou função durante sua administração política da cidade, para ele voltar de cabeça erguida, pela porta da frente, como a volta do filho pródigo. Pelo contrário, parece querer se vingar da cidade por causa de tal cassação, conforme acusou aí atrás um leitor, permitindo e talvez até estimulando seu filho a querer continuar em posição de destaque na sociedade, de chefia no Executivo, com livre acesso nas dependências da Prefeitura, mandando e desmandando como se nada tivesse acontecido e como se ele tivesse moral para assim agir no presente momento. 

Aí o Bimbo falha como prefeito e como pai. Como prefeito porque delega a seu filho poderes que ele não deveria e não poderia ter. Como pai, pois dá assim a seu filho a chance de pensar que foi injustiçado e que portanto deve ser vingado, podendo induzi-lo a concluir que o crime compensa. Isso é o que eu penso, e como muita gente também pensa. Pronto, falei! E pingue-se o ponto.