--- Meus leitores estão lembrados que aqui por mais de uma vez disse que gostaria de escrever um livro contando a história do Carnaval Serrano desde seus primórdios até os dias de hoje, ilustrado com muitas fotos de todos os tempos. Também disse outro dia que até cheguei a começar esse relato. Essa época pré-carnavalesca é propícia para passar a vocês como seria o início deste livro que hoje está apenas na intenção e pelo jeito vai continuar assim. Ele começaria assim:
O QUE EU
SEI DO
C A R N A V
A L S E R R A N O
O
COMEÇO DE TUDO
Estamos
nos anos 50, comecinho dos anos 60. O carnaval em Serra Negra se resumia em
decoração com lâmpadas coloridas em suas principais ruas centrais colocadas
pela Prefeitura Municipal e montagem de
dois grandes arcos de madeira compensada igualmente coloridos, um no largo da
Praça João Zelante com a cara do Rei Momo sorrindo pintado em sua parte
superior com duas frentes, e outro do mesmo tamanho com a pintura da cara de um
palhaço instalado diametralmente oposto ao primeiro na Rua Coronel Pedro Penteado
por baixo dos quais passava o corso de carros particulares, consagrando assim o
chamado trajeto do corso, trajeto esse que prevaleceu por muitos anos seguintes
até o ano de 1.996 e se constituía da Rua 7, largo da praça, Ruas Prudente de
Moraes, Monsenhor Manzini, Coronel Pedro Penteado, Duque de Caxias e novamente
Rua 7 de Setembro. Assim era o carnaval de rua de Serra Negra, regado a
lança-perfume, com muito confete e serpentina e algumas pessoas mascaradas.
Carros
alegóricos eram esporádicos e os dois primeiros que me lembro foram a Maria
Fumaça, protótipo de uma locomotiva quase do tamanho natural, uma vez que até
há bem pouco tempo Serra Negra ainda
tinha em funcionamento sua estação da Mogiana e o Cavalo de Tróia, um enorme
cavalo de pau todo prateado.
Carnaval
de salão, a princípio, somente no Clube XV que existiu bem em frente hoje do
Mercado Cultural. Ali se reuniam os representantes das famílias serranas,
principalmente da juventude da época, até que foi definitivamente fechado.
Improvisadamente por alguns poucos anos adaptou-se o recinto da Cine República
(hoje Bradesco) para tais bailes e fui
em alguns matinés, pois ainda era menor de idade. Antes da majestosa sede
social do Serra Negra E.C., também na base da improvisação e necessárias
adaptações utilizaram-se as garagens de ônibus da Rua 7 de Setembro (acho que
apenas 1 ano) e a fábrica de chapéus Panamá Linho, posteriormente Sonave e lá
aconteceram alguns carnavais.
Com
a inauguração da sede social do S.N.E.C. em novembro de 1.964, o carnaval de
1.965 passou a acontecer no novo clube e assim também todos os demais anos
seguintes.
Naquele
tempo meu pai já possuía a Casa Amabile que vendia artigos finos para senhoras
e senhores e nas datas especiais do ano, produtos de época, como material de
enfeites de natal, rojões, bombinhas e material pirotécnico nas festas juninas
e no carnaval, lança-perfume Rhodouro, sacos de confetes, pacotes de serpentinas,
e fantasias com suas respectivas máscaras. Com a finalidade de divulgar seus
produtos carnavalescos e incentivar a saída de sua mercadoria, teve a ideia de
sair fantasiado utilizando material de sua própria loja.
Claro
que, como sempre acontece até os dias de hoje, os festejos momísticos começam
com a apresentação do Rei Momo e de sua Rainha, desfilando pelas ruas e
recebendo a chave da cidade para reinar por 4 dias e 4 noites. O primeiro Rei
Momo de nossa história foi o Osvaldo Saragiotto. Dos mais antigos, não necessariamente
nesta ordem, lembro-me do Nestor Saragiotto, Alcebíades Félix, Udeles Dalla
Rosa.
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