O
NOSSO ESTÁDIO MUNICIPAL
Lauro J. Amabile Corrêa
Essa matéria bem que poderia se chamar “O nosso Estádio
Municipal e Eu”, tal minha vivência e presença nele. Há exatos 60 anos, o
terreno naquele local do Jardim Serrano estava com sua terra totalmente revolta
para preparação do sistema de drenagem na construção do novo Estádio Municipal,
contendo campo de futebol, quadra de esportes, vestiários, arquibancadas, geral,
etc. e eu o visitei algumas vezes nesta etapa. Era novembro de 1.961 na
administração do Dr. Jovino Silveira. O empenho de sua equipe de trabalho era
grande com supervisão do Sr. Antonio Barbosa Pinto da Fonseca, o conhecido
Barbosinha na época, vai daí seu nome emprestado para o nome oficial do estádio
a ser inaugurado no começo do ano seguinte.
Até então Serra Negra contava apenas com dois acanhados
campos de futebol abertos e sem qualquer estrutura, um no Bairro dos Francos chamado
Campo do XV e o Campinho na ladeira da Av. Santos Pinto, mais os campos de
fazenda.
Inaugurado nos primórdios de 1.962 num domingo festivo pela
manhã com missa literalmente campal, com altar montado no centro do gramado,
celebrada pelo Pe. João Baptista Lavello e ajudado por mim como seu coroinha,
sendo que os Corais da Matriz, Santa Cecília onde minha mãe cantava e o
masculino São Luiz Gonzaga sob a batuta do Maestro Antoine B. Darhoni, do qual
meu pai fazia parte, ficaram juntos na arquibancada coberta.
Do gramado e da arquibancada coberta descortina-se o lindo visual
de nosso majestoso Alto da Serra. Da geral avista-se a cidade abaixo e a Grande
Imagem do Cristo Redentor, que foi inaugurada dez anos antes. Portanto, a atual
administração municipal terá no ano que vem duas efemérides importantes para
serem comemoradas e festejadas. Os 70 anos do Cristo e os 60 do Estádio.
A foto que ilustra a abertura desta matéria mostra o portal
de entrada original do nosso estádio que nunca, jamais deveria ter sido
substituído.
Logo depois da inauguração Serra Negra foi visitada e
vistoriada pela então CBD (Confederação Brasileira de Desportos) e aceita para
sediar parte da concentração da Copa do Mundo de Futebol em Santiago de Chile.
Veio, ficou hospedada no então Grande Hotel Pavani e a imprensa de todo o mundo
no Rádio Hotel. Os treinos todos foram em nosso Estádio Municipal e nossa
estância divulgada em todo o país e no mundo e dela partiu indo direto ao
aeroporto de Viracopos em Campinas para ser Bi-Campeã Mundial de Futebol.
Depois de entrar no gramado em todos os dias com credencial de repórter,
fotografei e entrevistei praticamente todos os jogadores da Seleção em ambas as
vezes e acompanhei o centro-avante Vavá até a escada do avião.
A CBD gostou tanto de nossa terra que quatro anos depois
retornou com toda a delegação para outro período de concentração nos mesmos
moldes anteriores em 1.966 antes da Copa da Inglaterra, agora na administração do
Sr. Luiz Bulk.
Com isso outros grandes clubes paulistas e brasileiros também
vieram a Serra Negra para períodos de treinamentos, inclusive a Seleção Olímpica
para as Olimpíadas daquele ano, sempre treinando e jogando em nosso Estádio
Municipal, o Barbosinha.
Também joguei em nosso gramado inúmeras vezes com o Juvenil
do S.N.E.C. e transmiti pela Rádio Serra Negra, ao vivo, vários jogos do
S.N.E.C., da Portuguesa A.C., do Paulistinha, Tinguaça, entre outros. Também
apitei jogos em seu gramado, joguei e apitei futebol de salão em sua quadra,
além de jogar voleibol. Portanto, minha relação com nosso Estádio é muito
grande e bem antiga.
Certo ano nosso Estádio até serviu de palco para o
encerramento da encenação da Semana Santa ao vivo na crucificação do Senhor quando
fui um dos centuriões, e o enforcamento de Judas foi numa árvore no morro
adjacente.
Um pequeno e rápido resumo da história do Barbosinha para lembrar e incentivar a Prefeitura da cidade já ir programando as festividades de aniversários dos 60 anos no começo do ano que vem, além dos 70 do Cristo Redentor.
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