EU E MINHAS DUAS MÁQUINAS
Lauro J. A. Corrêa
Sim... Eu tenho duas
máquinas. A primeira e mais importante é a máquina do meu corpo que está comigo
há 77 anos e meio, já carcomida pela voracidade do tempo, que me causou algumas
poucas tristezas e preocupações, mas também muitas alegrias e satisfações. Essa
só tem que ser parcialmente restaurada ou emendada, mas vai caminhando da
maneira como Deus quer e manda e sem intervenções humanas até onde puder. Essa,
além Dele, ninguém me tira!!!
A outra máquina, após já ter
tido várias semelhantes, até chegar nesta, é meu veículo motorizado, que me
leva e transporta para onde quero e preciso no exercício de minha profissão e
nos momentos de lazer. Até num momento de desespero e aflição quando ficamos
presos, eu e minha esposa, e ela, a máquina, se desligou, numa enchente em uma
das ruas de conhecida cidade litorânea, num começo de noite de tempestade.
Ficou “doente”, mas restabeleceu-se a fim de continuarmos juntos, até me fazendo
lembrar o filme “Se meu fusca falasse” e assim sendo nesta altura da vida seria
minha última companheira motorizada, pela qual criei afinidade a ponto de
desejar morrer com ela. Disse seria porque querem nos separar, querem retirá-la de meu convívio para me punirem, para me fazerem sofrer, mas nossa
afinidade e simbiose são tão grandes que se tal fato se concretizar por ordens
superiores, podem ter certeza, isso não
trará nenhum momento de felicidade para quem com ela ficar, muito contrário,
poderá ser até motivo e causa de desgraça, tristeza e sofrimento extremo ao seu
destinatário, refletindo também e
principalmente em quem intermediou essa separação.
Irão dizer, que isso é
ficção, ameaça, praga e apenas fruto da imaginação.
Eu digo com certeza que isso está escrito e assim será cumprido!!!
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