--- Essa noite me deu uma vontade imensa de homenagear um bom amigo de longa data. Refiro-me ao conhecido e estimado por todos NIVALDO BERTOLINI. Mas para isso vamos viajar no tempo. Reporto-me até minha infância quando Serra Negra ainda não tinha os espigões e o prédio mais alto da cidade era a Igreja Matriz. Não se falava em supermercados nem nas cidades maiores. Naquele tempo as cidades pequenas tinham armazéns onde as donas de casa se abasteciam quase que diariamente. Sempre morei na praça central, na Casa Amabile, loja de meus pais e na área central da cidade um dos armazéns era o Armazém do Bertolini do Sr. Atílio Bertolini, onde ia quando minha mãe mandava buscar alguma coisa. Ficava ali na Rua José Bonifácio, em duas portas ao lado de outras duas onde era a Padaria do Sr. Martori, logo depois do Externato e bem em frente do Foto Fagundes do Sr. Luiz Fagundes, onde me lembro que gostava de entrar para ficar extasiado com os vários tanques d'água onde eram reveladas as fotografias em preto e branco daquele tempo. Para meus olhos de criança era um lugar encantado, onde o Sr. Luiz e sua esposa Dona Berta sempre me deixavam entrar. Depois vinha a residência de Dona Araci, minha professora do quarto ano do grupo e em seguida a esquina da venda do Pulini.
No armazém, gostava de filar um punhado de açúcar cristal que ficava exposto em saco branco com a borda enrolada e sempre via aquela figura grande (perto do meu tamanho) do sempre alegre pai do Nivaldo, gordo com seu avental branco, cabelos semi-grisalhos e parcialmente crespos, com um eterno sorriso nos lábios, ao lado de sua esposa, Dona Margarida e o Nivaldo ajudando no balcão. Como diz a música do Nelsão Gonçalves, "ai que saudade me dá"...
A segunda grande etapa na vida do Nivaldo aconteceu quando entrou na sociedade da Padaria Serrana bem no centro e em frente de minha casa. Nivaldo sempre supervisionando o atendimento e sempre no caixa, mas preocupando-se com a qualidade de suas empadinhas que eram as melhores da cidade. Paralelamente participava do Coro Masculino São Luiz Gonzaga da Matriz e com seu vozeirão de tenor, cantou a Ave Maria de Gounod em meu casamento. Também foi diretor do clube exatamente na vinda do Rei da Juventude Roberto Carlos e se via muito preocupado com esse show dizendo que era imprevisível o que iria acontecer. Fiz a apresentação do Rei naquela noite e tudo correu bem e foi nesse dia no S.N.E.C. que o Roberto conheceu o grande amor de sua vida Maria Rita.
O tempo passou e o Nivaldo mudou totalmente de ramo, passando a ser um dos mais antigos proprietários de lojas na Rua Coronel e hoje é frequentemente visto indo pra lá e pra cá na Coronel de uma para outra de suas lojas. Aos domingos vai ver a banda tocar na praça e nas horas vagas adora ficar, brincar e passear com seus netos --- o querido Vô NIVALDO BERTOLINI, meu bom amigo a quem homenageio e reverencio hoje com muita honra e satisfação.
3 comentários:
Bonita homenagem e recordações Lauro!!
Nono como gostamos de chamá-lo é uma pessoa que orgulhamos muito por todo exemplo de sua vida!!
Oi Lauro. Você gosta de dizer que eu contrario tudo o que você fala. Mas você sabe que não é bem assim. Sempre que posso , apoio e procuro fornecer detalhes complementares para os seus assuntos, e que eu me considero um dos seus maiores defensores. Mas......vamos lá.....
Nesse seu lindo texto de recordação, você diz:
".....minha professora do quarto ano do grupo e em seguida a esquina da venda do Pulini......
Só para te AJUDAR.... a "venda" do Pulini ficava onde hoje é a loja de colchões ao lado da casa da centenária Dª Aurora Duzzi Azevedo. A venda da esquina era a Venda do Testa, ao lado da loja do Nerinho. Esquina da Rua José Bonifácio com Rua Tiradentes (onde por um tempo existia até um Semáforo.kkkkkkkkkkkkkkkk)
Desculpe a correção, mas foi apenas para tentar melhorar seu texto, (se é que isso é possível) Meu abraço e obrigado por publicar esse comentário...
--- Primeiro que você não tem nada que agradecer meu caro H2SO4, pois não é anônimo, apenas pseudônimo cadastrado comigo e suas observações são e serão sempre boas e muito bem-vindas.
Segundo, que em relação ao tempo da narrativa acho que era o Pulini que só depois atravessou a rua e foi para o local a que você se refere..., mas posso estar errado. Grande abraço.
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