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quinta-feira, 26 de julho de 2018

. . . que pau que nasce torto. . .

--- É como diz a música baiana, pau que nasce torto, não tem jeito morre torto... O sujeito pode até nascer em berço esplêndido, ter bons exemplos em seus antecedentes mas quando nasce torto... Até tenta e aparenta ser direito, mas seu lado negativo causado por uma possível mutação em seus genes, continua sem gostar de estudar, de trabalhar e de querer andar nos eixos. Vive de aparências, principalmente quando tem algum dinheiro, mas vive encostado e sempre escorado e comandado. O cara não aprende mesmo. Leva reprimendas e descomposturas em todos os lugares, na escola da professora diante de toda a classe por algo ilícito que cometeu, da sociedade pela sua incapacidade e até de autoridades por querer distorcer a verdade dos fatos. Não tem jeito, pau que nasce torto, não tem jeito morre torto, por mais que tente disfarçar, maquiar ou esconder seu lado  sombrio e ruim. E daí vem outro ditado: "Quem não te conhece que te compre".

. . . o dia de hoje


                                         
                                      
                                                                      *NETOS*

Netos são como heranças: você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu... Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade. O neto é, realmente, o sangue do seu sangue. 
Com a idade chega a saudade de alguma coisa que você tinha e que lhe fugiu sutilmente junto com a mocidade. Meu Deus, para onde foram as crianças? Transformaram-se naqueles adultos cheios de problemas que hoje são os filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento e prestações, você não encontra de modo algum suas crianças perdidas. São homens e mulheres- não são mais aqueles que você recorda.
E então, um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe coloca nos braços um bebê.  Completamente grátis.
Sem dores, sem choro, aquela criancinha da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade, longe de ser um estranho, é um filho seu que é devolvido. 
E o espanto é que todos lhe reconhecem o direito de o amar com extravagância.
Tenho certeza de que a vida nos dá netos para compensar de todas as perdas trazidas pela velhice. São amores novos, profundos e felizes, que vem ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis. 
E quando você vai embalar o menino e ele, tonto de sono abre o olho e diz: "Vo!", seu coração estala de felicidade, como pão no forno!

Rachel de Queiroz