--- Nosso novo colaborador OBSERVADOR pergunta :
Serão só números jogados ao vento?
Ouvimos a todo o tempo vários números jogados ao vento.
Os últimos agora são 200.000 turistas que virão no total para Serra Negra durante o Festival de Inverno, passado inclusive ao Secretário de Turismo de SP, que repetiu o número que recebeu, dito em vídeo postado pela Prefeitura nas redes sociais.
A pergunta é, qual a base para este número? Como se confere este número?
Mas aí vem algo mais incrível ainda.
Que estes 200.000 turistas vão deixar 35 milhões na cidade. Ou seja, R$ 175,00 por turista na cidade. Essa conta é fácil de fazer.
Mas vamos lá, a pergunta que não quer calar.
Como chegaram a este número?
Qual é a lógica e como está sendo medido este número?
Quando se fala em estatística, tudo tem uma lógica, uma base.
Agora, se ela não puder de fato ser medida, é apenas um número jogado ao vento.
Alguém viu de onde saiu este número?
Alguém sabe como será confirmado se de fato este é um número que aconteceu?
Senão, é apenas mais um número jogado no ar para impressionar e fazer barulho.
Qual o número oficial dito pela Ashores?
Qual o número oficial dito pela ACIA?
Qual o número oficial das demais entidades? O prefeito, ou algum dos presidentes(a) das associações assina embaixo e prova? Se sim, ótimo. Aguardamos para ver. Se não, voltamos a apenas números jogados no ar?
Vamos colaborar um pouco para que possam provar.
Um indicador que pode ajudar e pode inclusive ser acompanhado no portal da transparência:
- Arrecadação de ISS no período (hoteis, bares e restaurantes pagam ISS). Se este não for um dado confiável, assume-se que estes estabelecimentos não pagam imposto?
Outros dados que costumam sofrer influência:
- Atendimento no hospital (deve mostrar um curva de atendimentos)
- Houve aumento de fato na renda dos habitantes?
- Quantos empregos foram gerados por conta do turismo no período?
- Qual o impacto para os negócios artesanais?
- Migração em busca de oportunidades de emprego. Centos turísticos costumam atrair uma migração de profissionais atrás de empregos gerados pelo turismo.
Mas por favor, não números jogados no ar. Números com comprovação.
Para medir também é importante saber quanto custou o festival, quem pagou e quantas pessoas teriam vindo mesmo sem o festival? Medir ações é isso. Saber o ponto de partida. Quando as reservas de Julho foram feitas? Quantas foram feitas por ter o festival?
O turismo tem impactos econômicos positivos de fácil avaliação e mensuração.
Há um aumento das receitas de quase todos os tipos de serviços, com um incremento direto na renda dos habitantes.
Há geração de empregos em todos os setores de serviços relacionados.
Em decorrência da própria atividade turística, ocorre uma elevação do nível cultural da população.
Em consequência da geração de empregos, muitos com algum tipo de treinamento específico, ocorre a elevação no nível de preparo profissional das populações.
Em geral também se manifesta uma expansão na construção civil (hotéis, restaurantes, posadas e até mesmo conjuntos habitacionais, para abrigar as populações de trabalhadores ou o fluxo de turistas que deseja uma segunda residência de veraneio, etc).
Pequenos negócios artesanais, com frequência, acabam se transformando em pequenas indústrias locais, trazendo industrialização básica para a economia regional.
Tudo isto gera modificações positivas da estrutura econômica e social local ou regional.
As cidades que concentram atividades turísticas funcionam como pólos de migração, atraindo populações que buscam oportunidades de trabalho.
Será que é o caso?
Para que não seja mais um show para fotos, vídeos e para politicagem, é preciso ter dados na mesa. Números, fatos.
E vamos medir a médio e longo prazo. É preciso ter um planejamento de longo prazo, aliado a políticas públicas e formas de métricas claras e mensuráveis.
Senão será apenas vapor eleitoral.
Claro que não há nenhuma razão como expectativa que de fato os números sejam apresentados. Mesmo porque só interessa ao Olimpo. Imagina se os mortais cidadãos serranos têm direito de saber qualquer coisa.
Mas tentar não custa nada, não é?
Que se apresentem os dados que possam ser comprovados.
E, seguimos observando...
