--- Mais uma casa antiga que vai, mais um pedaço de história que cai. E tomba por terra derrubada talvez até pela mesma máquina que destrói matas, que derruba árvores. Aquela que também já foi chamada de "cidade-primavera", agora é chamada de "cidade-motosserra" e que vai aniversariar dentro de poucos dias. Não sei se tem muito a festejar... Repete-se mais uma vez o lamento de cada tijolo quebrado, junto com a lágrima que rola na face dos que fizeram parte de sua história. Mais uma família que chora, recordando os momentos alegres e tristes que dentro dela viveram, onde festejaram nascimentos, sofreram perdas, educaram e aprenderam, crianças que nela cresceram, amores que nela viveram. Foram vidas ali vividas.
Não é sentimentalismo barato ou piegas, mas sim a força íntima do apego ao palco de suas vidas e a dor de seu desaparecimento na história. Muitas e tantas famílias já passaram por isso e por instantes iguais. A preservação da natureza e da história se mesclam e sua destruição abala, faz sofrer, faz recordar, faz chorar. É um pouco de cada um que ali fica e muito de todos que ali se perde.
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