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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

. . . que continua se fechando. . .





24 comentários:

Anônimo disse...

Leia o processo na íntegra. Sem provas cabais, como admitiu o próprio promotor que se desculpou inclusive por não as tê-las, o Power Point foi a vedete do espetáculo midiático do MP. Pobres jovens promotores que caíram na tentação deste espetáculo. Não preciso me esmerar, quando tenho o próprio Reinaldo Azevedo, "muso" da direita e dos anti petistas para esculhambar a atuação do MP num processo que, segundo ele constrange até os juristas. Aliás, muito bom esse material de Power Point, não como prova, mas para produzir humor na internet. Me diverti muito com a criatividade desse pessoal. A seguir, leia Reinaldo Azevedo.

Dallagnol errou ou acertou? O PT vibra; PGR fica apreensiva. Isso responde? “Companheirada” acha que está demonstrada a perseguição política; staff de Janot considera a operação desastrada
Por: Reinaldo Azevedo 14/09/2016 às 21:25
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Se alguém quer saber a medida do acerto ou do erro da coletiva liderada por Deltan Dallagnol, então fique com esta: a cúpula do PT vibrou com o acontecido. Os comandantes do partido avaliam que, segundo eles, sem provas para demonstrar que Lula é o dono do tríplex, os procuradores resolveram investir numa questão maior: acusá-lo de ser o chefe do petrolão. Ocorre que, como observou a defesa do ex-presidente, não se fez essa acusação formal, não se apresentou essa denúncia. E por que não? Um deles responde: “Porque não há prova disso também”.
Rui Falcão e outros dirigentes do PT avaliam que a entrevista coletiva dos procuradores reforçou a tese de que Lula é vítima de uma perseguição política e que tudo não passa de um complô para inabilitá-lo a disputar a Presidência da República em 2018.
A defesa de Lula e o PT sempre contaram com o momento em que se faria a acusação formal a Lula: é ele o que se chamava antigamente o “chefe de quadrilha”, uma tipificação que desapareceu. Achavam que isso seria feito bem mais adiante. Não contavam que os procuradores fossem, na análise deles, colocar o carro adiante dos bois.
Um juiz federal, que acompanha esse caso de perto, também comentou com este jornalista: “Eles cometeram um erro primário. Nem um infiltrado de Lula na Força Tarefa seria capaz de ideia tão brilhante para colaborar com o ex-presidente”.
E isso era visível. Vi a entrevista concedida por Rui Falcão, presidente do partido. Mais um pouco, ele dava pulinhos de alegria. Tão logo Dallagnol começou a fazer digressões sobre o sistema político brasileiro e até sobre o presidencialismo de coalizão, os companheiros passaram a trocar mensagens frenéticas no WhatsApp.
Procuradoria-Geral da República
Rodrigo Janot também sabia do evento, que já tinha sido anunciado. Na Procuradoria-Geral da República, o clima no staff de Janot era de desalento. A avaliação quase unânime é a de que Dallagnol se perdeu, encantado com a própria retórica. O que se avalia é que o MPF terá de se dedicar ao esforço defensivo de demonstrar que nada tem contra Lula.
É claro que vou ler a denúncia na íntegra. A restrição da Procuradoria-Geral tem um centro: a denúncia de Dallagnol serve para inflamar a opinião pública, mas constrange, na mesma medida, os meios jurídicos. E serão os juízes a decidir, não o clamor popular. E no curto prazo? Qual a consequência para o PT? Fica para outro post.

Anônimo disse...

Quer mais? Segue um trecho do editorial da Folha de hoje. Olha, Lauro, não estou precisando nem recorrer à imprensa dita branca ou seja petista.

É a mídia oficial. É a mídia dos anti petistas que estão cobrando provas cabais, que o promotor diz não ter, para que a Lava Jato não seja desmoralizada.

"Ao menos por ora, fica a impressão de que, sem conseguir apresentar evidências mais robustas contra Lula, o Ministério Público Federal tenta suprir a lacuna com retórica".

Outro trecho:

"Causa estranheza que, num esquema descrito com tantas hipérboles, a parte do "comandante máximo" se resuma a valores inferiores aos obtidos por figuras sem expressão política".

Lauro disse...

--- Ouvi. Foi exatamente esse o comentário do Reynaldo Azevedo hoje no Jornal da Manhã na Jovem Pan.

Anônimo disse...

Ainda é preciso lembrar que é inaceitável montar um espetáculo partidarizado como aquele para anunciar uma denúncia do Ministério Público com o objetivo de ridicularizar o denunciado. Você já viu alguma denúncia ser feita assim em meio a algum espetáculo? Se já, por favor, me recorde porque em toda a minha vida como profissional que acompanha fatos políticos e jurídicos nas últimas décadas nunca vi isso. Jogaram na lama a imagem do Ministério Público. Estamos num dos momentos mais vergonhosos da história da Justiça e da política deste país.

Anônimo disse...

"O processo é formal e guarda ritos. Não pode ser objeto de um espetáculo. Isso me preocupa. É preciso aprimorar esse procedimento", disse Claudio Lamachia, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, ao comentar a coletiva feita pelo promotor Deltan Dallagnol para apresentar a denúncia contra o ex-presidente Lula; "Me preocupo quando temos algumas manifestações que tomam um contexto muito fora do que nós, advogados, estamos acostumados no processo judicial", afirmou, lembrando que esse tipo de performance midiática causa "prejuízos" aos acusados

Anônimo disse...

Estamos num dos momentos mais vergonhosos da história da Justiça e da política deste país? Da política, vá lá. embora haja exceções. Da Justiça? Também há exceções. Há juízo de valor ao generalizar qualquer profissão.

O MP pode não estar errado em suas conclusões e eu particularmente penso que não está. Lula não é vítima. Lula é protagonista que se faz de vítima. Por fora é uma bela viola. Quando Léo Pinheiro afirma ao juiz Sérgio Moro que Lula é o dono do triplex não vejo como uma simples delação embora o triplex não está em nome de Lula.
Quais provas estão nas mãos de Sérgio Moro? Ninguém sabe!

Até aí o triplex e o sitio são café pequeno quando outros envolvidos no esquema já devolveram quase 3 bilhões aos cofres públicos. Um dos últimos investigados, a JBS, envolvida em fraudes nos fundos de pensão, já se comprometeu a devolver 1,5 bilhões.

Anônimo disse...

URGENTE! FHC manda ZAP para Lula:

Encosta a tua cabecinha no meu ombro e chora
E conta logo a tua mágoa toda para mim

Quem chora no meu ombro eu juro que não vai embora,
que não vai embora
que não vai embora
Encosta a tua cabecinha no meu ombro e chora
E conta logo a tua mágoa toda para mim

Quem chora no meu ombro eu juro que não vai embora,
que não vai embora
porque gosta de mim.

Anônimo disse...

Quanta choradeira... quantos defensores de bandidos... e o baderneiro chorão, depois de uma denunciazinha, tá com medo da cadeia?

Anônimo disse...

A cada dia que passa sinto mais vergonha de ser brasileiro, pelos políticos que tem. Sejam em quais esferas que forem. E o povo se mata de trabalhar para dar dinheiro a esses vagabundos.

Anônimo disse...

Artigo de Reinaldo Azevedo na Folha de hoje: a denúncia contra o Lula é fraca.
Isso que dá quando não se age com serenidade e equilíbrio . Esse pessoa precisa ler o livro Arte da Guerra. O prof. Villa precisa ser mais equilibrado, não destemperado.

Anônimo disse...

Para a professora do curso de direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Eloísa Machado, a apresentação da denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira enfraqueceu a acusação. Segundo ela, os procuradores pareceram fazer uma "narrativa de criminalização do próprio mandato" dele, ao colocá-lo como "comandante máximo" de um mega esquema de corrupção. No entanto, ressalta ela, ofereceram denúncias contra apenas três supostos crimes: a entrega e a reforma de um triplex no Guarujá por parte da construtora OAS; o pagamento, pela mesma construtora, do transporte de bens que ele recebeu quando presidente; e de palestras feitas por ele, cujos pagamentos, de acordo com os procuradores, têm indícios de propinas.

"A narrativa parece a de que ele só foi presidente para ocultar um mega esquema criminoso e não acho que isso é o tipo de coisa que se pode provar numa ação. A denúncia gasta mais de uma dezena de páginas para dizer que ele foi o grande comandante do Mensalão, da Lava Jato... São acusações levianas porque não há provas e porque sequer fazem parte da denúncia. Tecnicamente, é evidente que isso enfraquece uma denúncia. O mundo do direito é técnico", destaca ela. "Se fala: ele era o chefão de tudo, mas só quero que ele responda pelo tríplex do Guarujá. Se ele é mandante, por que não responde por tudo?", ressalta.
Jornal El País

Anônimo disse...

Vergonha sim e, pior, internacional. Estão brincando de promotoria e Ministério Público. É necessário menos arrogância, menos partidarismo, menos estrelismos, menos discursos e mais provas.

Especialistas e Associated Press apontam problemas em entrevista coletiva da Lava a Jato 0

Professores de Direito criticaram a conduta dos procuradores e o Power Point utilizado, enquanto a agência Associated Press disse que a diferença entre o discurso feito na entrevista e a acusação formal levanta “perguntas sobre o futuro das investigações”.



Especialistas entrevistados pelo site Justificando, especializado em direito, e a agência norte-americana Assossiated Press, que pertence a donos de jornais, rádios e televisões dos EUA, comentaram a coletiva de imprensa e a denúncia da Operação da Lava a Jato contra o ex-presidente Lula, feita na quarta-feira (14), quando a força-tarefa do Ministério Público Federal fez apresentação de mais de três horas à imprensa.



O professor de Direito Constitucional da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, Adriano Pilatti, afirmou que o procurador Deltan Dallagnol fez um “comício” com “adjetivações” e foi um episódio “triste e constrangedor” para o MPF.

“O comício de quinta categoria protagonizado há pouco pelo desequilibrado Dallagnol e seus amiguinhos é uma das páginas mais tristes e constrangedoras da história do respeitável Ministério Público Federal. Cordilheiras de acusações, insultos, neologismos policialescos e outros detritos trombeteados com ‘fundamento’ em supostas ‘evidências’ que parecem ter a consistência de uma pluma”, afirmou o professor.

Salah H. Khaled Jr., que é professor de processo penal da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), criticou a apresentação em Power Point usada pelos procuradores.

O PPT (Power Point) representa exatamente o que foi a conferência. Não poderia ser mais adequado. Banhados pelos refletores, fracassaram completamente na produção do desejado espetáculo: foi uma performance verdadeiramente deplorável, que produziu um impacto exatamente contrário ao desejado, a não ser que a intenção de desgaste do ex-presidente seja tão grande que sequer se importam com a preservação da própria imagem e da instituição que representam, afirmou o professor.

Agência dos EUA

A agência Associated Press, que pertence a donos de meios de comunicação dos Estados Unidos, fez artigo, divulgado por veículos de diversos países, dizendo que a acusação na Operação Lava a Jato era esperada, mas que a apresentação do papel de Lula no esquema, que contou com apresentações de Power Point, foi “impressionante”.

O texto afirma que a “discrepância” entre o discurso e a acusação levanta perguntas sobre o futuro da investigação.

A discrepância entre as acusações verbais na quarta-feira (dos procuradores) e aquilo de que Silva foi realmente acusado levantaram muitas perguntas sobre o futuro da investigação”, diz o texto.

Também inclui uma declaração do advogado de Lula, Cezar Britto.

“Se duras palavras (dos procuradores) indicam que as provas não devem ser tão sólidas.Parece que os procuradores estão querendo apoio da sociedade em lugar de procurar mais provas”, disse a declaração do advogado, recolhida pela AP.

Anônimo disse...

A petralhada chora e mente. Até inventaram frase que o promotor não disse. São uns pirracentos.

Anônimo disse...

Respeitando a opinião de quem diverge, há uma profusão de especialistas e juristas apontando a fragilidade e criticando a espetacularização da denúncia. É incontestável. Matéria do Uol.


Denúncia da Lava Jato contra Lula tem provas ou não? Juristas respondem243
Leandro Prazeres
Do UOL, em Brasília 15/09/201621h08
Frágil, pouco técnica e espetacularizada. Foi assim que juristas ouvidos pelo UOL classificaram a denúncia feita pelo MPF (Ministério Público Federal) na última quarta-feira (14) contra ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) -- o que, para eles, aumenta ainda mais a pressão sobre a Operação Lava Jato.
Lula foi denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela equipe de procuradores que investiga desvios de recursos de estatais. Ele e outras oito pessoas, entre elas sua mulher, Marisa Letícia, são acusados de terem feito parte de um esquema que desviou pelo menos R$ 87,6 milhões da Petrobras. Lula, segundo os procuradores, seria o chefe do grupo.
Mas o ex-desembargador e professor de Direito Wálter Maierovitch e o ex-procurador de Justiça do Rio Grande do Sul e doutor em Direito Lênio Streck dizem que a denúncia tem fragilidades, em entrevista ao UOL.
Acompanhada de perto pela mídia, políticos e juristas, a denúncia acusa Lula de ter recebido benefícios da construtora OAS oriundos do pagamento de propina por contratos da empreiteira com a Petrobras. Os benefícios teriam sido pagos com a reforma de um apartamento tríplex no Guarujá (SP) e com um contrato para o armazenamento de bens pessoais de Lula, ambos pagos pela OAS.
Entre os pontos fracos da denúncia, dizem, estão a fragilidade das provas, o fato de Lula ser apontado como chefe de uma quadrilha, mesmo sem ser denunciado por isso, e a espetacularização da ação dos procuradores.
"Considerando as provas, eu acho a denúncia frágil", disse Maierovitch. A principal fraqueza da denúncia, segundo ele, é o conjunto de provas apresentado pelo MPF contra Lula. De acordo com MPF, Lula teria sido o beneficiário de recursos de propina pagos pela OAS por três contratos com a Petrobras.
A denúncia diz: para a presente denúncia, interessam especificamente os atos de corrupção praticados em detrimento da Administração Pública Federal, no âmbito de contratos relativos a três empreendimentos da PETROBRAS: (a) obras de "ISBL da Carteira de Gasolina e UGHE HDT de instáveis da Carteira de Coque" [...] (b) implantação das UHDT´s e UGH´s da Refinaria Abreu e Lima [...] (c) implantação das UDA´s da Refinaria Abreu e Lima [...] Nessas condutas delitivas, de um lado figuram Léo Pinheiro e Agenor Medeiros [...] do Grupo OAS [...] e, de outro, Lula, Renato Duque, Pedro Barusco e Paulo Roberto Costa.
No entanto, Maierovitch sustenta que é difícil estabelecer vínculo direto entre o suposto benefício recebido por Lula e os contratos específicos apontados pelo MPF e que teriam originado a suposta propina paga pela OAS a Lula.
É muito difícil estabelecer um vínculo do Lula com esse recebimento da propina decorrente de certos e determinados contratos. Na denúncia, em geral, você precisa especificar a origem desse dinheiro, mas como definir que as vantagens recebidas por Lula vieram de um contrato 'A' e não de um contrato 'B'?"

Continua...

Anônimo disse...

(continuação)
Maierovitch

Lênio Streck afirma que a declaração do procurador Roberson Possobom de que o MPF não tinha "provas cabais" que comprovassem que Lula era, de fato, o proprietário do apartamento no Guarujá, mostra o quanto a denúncia é frágil. A frase, aliás, posteriormente tirada do contexto, viralizou e causou polêmica na internet.
"É incomum (denunciar sem ter provas cabais). Foi uma denúncia heterodoxa (não tradicional). Se a tese do MPF vingar, isso será uma reviravolta no mundo jurídico. Ele (o procurador) diz que não há provas porque se tratava de crime de lavagem de dinheiro. E a ausência de provas vai acabar, segundo ele, comprovando a tese de que houve crime. Isso é uma inversão do princípio e que o ônus da prova é de quem acusa", afirmou.
Esquema do MPF mostra Lula como "centro" do esquema de corrupção, mas ex-presidente não foi denunciado por isso
Outro item apontado pelos juristas como frágeis da denúncia feita pelo MPF é o fato de Lula ser apontado como o "comandante máximo" de um esquema de corrupção, mas não ter sido denunciado por participação em organização criminosa.
"Após a assumir o cargo de Presidente da República, LULA comandou a formação de um esquema delituoso de desvio de recursos públicos destinados a enriquecer ilicitamente, bem como, visando à perpetuação criminosa no poder, comprar apoio parlamentar e financiar caras campanhas eleitorais", diz um trecho da denúncia. Para os juristas ficou a dúvida: se Lula é apontado como comandante de um "esquema delituoso", por que não foi denunciado por isso?

Se ele chefiou uma organização criminosa, onde está essa segunda parte? Essa é uma falha técnica que a gente pode chamar de violação do princípio da correlação. Aquilo que o Cazuza [diz]: a sua ideia não corresponde aos fatos. Talvez o pensamento tenha sido mais rápido que os fatos a serem descritos"
Streck

Wálter Maierovitch acredita que o MPF não denunciou Lula por formação de quadrilha porque seria difícil os procuradores comprovarem a tese. "Ele deixou de denunciar na formação de quadrilha ou bando de organização criminosa certamente porque isso levaria a uma instrução longa, muito mais longa e muito mais difícil de ser feita [...]Isso é outro elemento a fragilizar (a denúncia). Eles (procuradores) dão um fato com essa gravidade para chamar atenção e isso vira circunstância e não vira fato", afirmou.

Anônimo disse...

(continuação)
"Espetacularização" da denúncia
Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo

Esquema apresentado pelo Ministério Público Federal do Paraná viralizou na internet
Outro ponto que chamou atenção dos juristas foi a forma como a denúncia foi apresentada. A entrevista coletiva realizada pelos procuradores foi transmitida por diversos canais de TV e chamou atenção pelas declarações incisivas do procurador chefe da Força Tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, e pela apresentação em Power Point, que também foi alvo de "memes" nas redes sociais.
Para Wálter Maierovitch, o nível de espetacularização da denúncia foi sem precedentes. "Nunca vi uma apresentação tão espetacular. Tinha até mestre-de-cerimônias com apresentação de componentes da mesa com nome e sobrenome. Nunca vi isso na minha vida", diz o jurista com mais de 30 anos de carreira.

Lênio Streck diz que o estilo adotado pelos procuradores da Lava Jato na última quarta-feira (14) serve como uma espécie de alerta. "Estamos substituindo o Direito pela moral. O que transparece nesse tipo de ação é uma substituição do direito pela visão moral que os autores da denúncia têm sobre a sociedade. Mas quem vai nos proteger da moral?", indaga Streck.

Tanto Maierovitch quanto Streck afirmam que as fragilidades da denúncia colocam ainda mais pressão sobre a Operação Lava Jato. Para Streck, a denúncia feita pelo MPF, da forma como foi conduzida, é uma grande "aposta" dos procuradores. "A aposta da Força Tarefa é muito grande. Pode tanto alavancar a Lava Jato como pode colocar em risco o seu sucesso. Está em xeque", diz Streck.

"É uma denúncia frágil e preocupante porque, com toda a expectativa criada em torno disso, se eles não conseguiram provar que a culpa do Lula, a Operação Lava Jato terá um grande desprestígio"
Maierovitch

A defesa de Lula também criticou a espetacularização da denúncia e disse que ela é "um truque de ilusionismo". O ex-presidente voltou a negar os crimes e disse: "provem minha corrupção e irei a pé ser preso".

O UOL enviou um e-mail para a Procuradoria da República no Paraná apontando as fragilidades mencionadas pelos juristas, mas, até o encerramento desta matéria, não havia resposta.

Anônimo disse...

Querem enganar que? O tal governo de coalizão é o esquema denunciado pelos promotores do MP no processo de acusação contra Lula (quem leu a íntegra sabe) do qual Lula era chefe. Então, agora, Temer utiliza a mesma estratégia para se manter no poder. O Ministério Público e a sociedade vão denunciar? Não. Não interessa mais porque o que queriam era tirar o PT. Ignorância dá nisso. Metemos os pés pelas mãos e continuamos a chafundar na lama.

Com apoio do centrão, Temer depende menos do PSDB e DEM
Presidente fecha suporte do grupo à sua agenda econômica
KENNEDY ALENCAR
BRASÍLIA

Passada a cassação de Eduardo Cunha, o presidente Michel Temer fez um movimento político correto de reaproximação com oito partidos do chamado centrão da Câmara: PMDB, PTB, PP, PSD, PR, PRB, PSC e SD. Juntas, essas legendas somam quase a metade da Câmara dos Deputados.

Esses partidos apoiaram o impeachment de Dilma e a ascensão de Temer ao poder, mas uma parte foi derrotada em julho com a eleição de Rodrigo Maia, do DEM do Rio, para presidir a Câmara. Havia feridas a curar.

Com o fim da influência de Eduardo Cunha sobre o grupo, que abandonou o ex-presidente da Câmara na segunda-feira e votou maciçamente por sua cassação, Temer teve boa oportunidade de buscar a reaproximação ao almoçar ontem com dirigentes do centrão.

O presidente obteve o compromisso de apoio à reforma da Previdência e à PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que cria um teto para limitar o crescimento das despesas públicas. Esse grupo de partidos é o mesmo que boicotou o governo Dilma dando gás a projetos de expansão do gasto público e às pautas de interesse de Eduardo Cunha. Ter um compromisso dessa fatia conservadora e fisiológica com o ajuste fiscal ajuda Temer a dar um sinal para o mercado financeiro e os empresários de que terá apoio para aprovar sua agenda congressual.

A reaproximação com o centrão também serve como contraponto ao PSDB e DEM, partidos que têm feito críticas públicas ao presidente, cobrando mais austeridade econômica. Com esse movimento, Temer manda um recado de menor dependência em relação a tucanos e democratas para obter votos na Câmara.

Por último, Temer estreita laços com um grupo que rivaliza ideologicamente com o PT e outras legendas de esquerda, mas que poderia abrir uma dissidência em seu governo e se aliar a petistas e comunistas para eleger em fevereiro o sucessor de Rodrigo Maia na presidência da Câmara. Temer quer ter o controle desse processo de sucessão parlamentar.

Ao contrário de Dilma Rousseff, que não sabia fazer articulação política e que boicotou o próprio Temer nessa tarefa quando ele era vice, o atual presidente não quer cometer erros na relação com o Congresso. Sua prioridade é entregar a reforma da Previdência e a PEC do Teto, porque são assuntos relacionados.

Sem reformar a Previdência, será mais difícil arbitrar que áreas ganharão e perderão dentro de um orçamento limitado. Com a reforma do sistema de aposentadorias, o teto orçamentário poderá ser obedecido com menor dificuldade. No Congresso, Temer está jogando certo. Busca respaldo político para aprovar projetos que podem ajudar a solucionar a crise econômica. Se der certo, ele sairá fortalecido politicamente.

Anônimo disse...

Mais uma boa análise

Biógrafo britânico diz que Lula foi conivente com 'sistema corrupto', mas vê investigação politizada
Autor de Lula of Brazil, biografia de Luiz Inácio Lula da Silva lançada em 2008 e que critica o legado de seu governo - pedindo em especial uma postura mais forte contra a corrupção na política brasileira -, o acadêmico britânico Richard Bourne saiu em defesa do ex-presidente ao comentar a denúncia oferecida na quarta-feira pelo Ministério Público Federal do Paraná (Foto: Roberto Parizotti / Cut)

na BBC Brasil

Para Bourne, a maneira como as acusações foram apresentadas endossa a percepção que um processo politizado, apesar de seus elogios à operação Lava Jato. "As investigações devem ser elogiadas por revelar práticas corruptas de empresas, intermediários e políticos de vários partidos, e uma das críticas que tenho a Lula é que ele nunca se posicionou em algum tipo de cruzada contra a corrupção", diz o britânico em entrevista à BBC Brasil.

"Mas quando o MP faz acusações graves contra Lula sem apresentar provas contundentes, ele endossa o argumento dos defensores de Lula de que há aspectos políticos na investigação ou mesmo uma campanha para desacreditá-lo."

Na quarta-feira, Lula foi denunciado pelo MPF por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em relação ao caso do tríplex no Guarujá, acusado de ser o "comandante máximo" de uma "propinocracia". Em pronunciamento nesta quinta, Lula disse que o MPF construiu "uma mentira, um enredo de novela". "Provem uma corrupção minha que irei a pé até Curitiba. (...) "Não compreendi como você convoca uma coletiva, gastando dinheiro público, para dizer 'não tenho prova, tenho convicção'."

O acadêmico diz que a atuação do Judiciário reforça sua percepção de que as forças mais à direita da política brasileira estão "com muito medo" da possibilidade de Lula ser uma presença forte nas eleições presidenciais de 2018.

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O procurador federal Deltan Dallagnol, que ofereceu a denúncia contra Lula (Foto: Getty Images)
"Mesmo que não se candidate, Lula pode exercer forte influência, e o risco de acusações sem muitas provas é de que o ex-presidente e o Partido dos Trabalhadores possam tirar vantagem para se dizerem vítimas de perseguição política. E, pelo menos no momento, eles têm razão para reclamar. Não foram políticos do PT, por exemplo, que manifestaram desejo de encerrar os trabalhos da Lava Jato", explicou Bourne, referindo-se às gravações divulgadas em maio que mostravam políticos do PMDB, incluindo o ex-ministro do governo Temer Romero Jucá, reclamando das investigações sobre corrupção na Petrobras.

Porém, Bourne também vê responsabilidade de Lula na situação por causa da falta de um posicionamento mais incisivo contra o que chama de "sistema político corrupto" e pelas alianças políticas feitas para alavancar o projeto de poder do PT.

"Ele não hesitou em se comprometer com o sistema para se manter no governo. Devemos lembrar que sua administração ficou marcada pelo escândalo do mensalão. Se há suspeitas, elas devem ser investigadas, mas você precisa de provas para sustentar essas acusações e não afetar a credibilidade da operação".

O britânico se disse surpreso com o momento vivido pelo homem sobre o qual escreveu. "Jamais esperei que um dia fosse ver a possibilidade de Lula ser preso. Escrevi meu livro na época de sua reeleição (2006), em uma época que a imagem pública de Lula era certamente bem diferente de hoje", conta.

Anônimo disse...

Nem Sérgio Moro aprovou. "Menos de 12 horas depois, sobra a constatação do tamanho da bobagem feita. Não há um só membro do Ministério Público Federal, nesta quinta-feira, que esteja orgulhoso daquilo. PARA QUE SAIBAM: Sergio Moro, o juiz, considerou o evento um desastre." Reinaldo Azevedo, colunista da Folha

Anônimo disse...

Hehe...são uns picaretas. Além de inventar frase que o Dallagnol não disse ainda inventa o que o Sergio Moro não falou. Definitivamente, são uns estelionatários.

How... aqui não é Wikipédia não. Quer fazer um favor a si mesmo? Se não tem opinião própria, monte um blog, divulgue lá essas matérias esquerdófilas e anuncie aqui. Tenho certeza que o Lauro vai permitir.

E evite também usar produtos e serviços feitos pelo capitalismo. Não use, principalmente dinheiro e os computadores com programas do Bill.

Anônimo disse...

Quem seriam os verdadeiros picaretas?

Denúncia contra Lula usou delação rejeitada de Pinheiro


18/09/2016 02h00


A denúncia da força-tarefa da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Lula, apresentada na última quarta (14), contém uma informação que só aparece no esboço da delação premiada do empresário Léo Pinheiro, que foi recusada pela Procuradoria-Geral da República.

Foi Pinheiro, sócio da OAS, quem disse que a empreiteira descontava os repasses que fez para o apartamento tríplex do Guarujá de uma espécie de conta-corrente que a empresa mantinha com o PT, usada para pagar propina de obras da Petrobras.

No documento que fez para negociar o acordo de delação premiada, Pinheiro, sócio da OAS que já foi condenado a 16 anos de prisão, dizia: "Ficou acertado com [João] Vaccari que esse apartamento seria abatido dos créditos que o PT tinha a receber por conta de propinas em obras da OAS na Petrobras". Um esboço do documento foi divulgado pela revista "Veja" em agosto.

Vaccari, que está preso em Curitiba, era o tesoureiro do partido que tratava dos subornos com as empresas que eram contratadas pela Petrobras, segundo os procuradores da Lava Jato.

Apesar de não se referir à tentativa de delação de Pinheiro, a denúncia menciona a informação que ele deu a procuradores em pelo menos sete trechos para sustentar a acusação contra Lula, sem que a fonte seja indicada.



"A OAS possuía um caixa geral de propinas com o Partido dos Trabalhadores, [...] [que] visava quitar os gastos de campanha dos integrantes do partido e também viabilizar o enriquecimento ilícito de membros da agremiação, dentre os quais Lula", diz um dos trechos.

As milhares de mensagens de celular e documentos apreendidos com Pinheiro não trazem informações sobre esse sistema de desconto da suposta propina para Lula do caixa que a OAS usava para pagar suborno ao PT. Falam apenas que a OAS criou dois centros de custo para tratar da reforma do tríplex e do sítio em Atibaia (SP). Eram chamados de "Zeca Pagodinho (sítio)" e "Zeca Pagodinho (praia)".

A acusação de que Lula recebia supostos subornos de uma conta que tinha ligações com contratos da Petrobras é essencial para caracterizar corrupção, segundo advogados ouvidos pela Folha.

O ex-presidente é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele e sua mulher, Marisa Letícia, teriam recebido vantagens da OAS que somam R$ 3,7 milhões no caso do apartamento tríplex do Guarujá. A defesa de Lula refuta a acusação.

Esse montante teria sido abatido de um valor maior (R$ 87,7 milhões), que a OAS teria pago em propinas por conta de duas obras em que foi contratada pela Petrobras, nas refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Presidente Vargas, no Paraná, ainda segundo os procuradores.

O acordo de delação de Léo Pinheiro foi rompido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com a alegação de que houve quebra de confidencialidade. O rompimento foi anunciado no final de agosto, após a revista "Veja" apontar que o empresário havia citado o ministro do Supremo Dias Toffoli num caso em que não havia caracterização de crime. Pinheiro teria indicado engenheiro para analisar problemas de impermeabilização na casa de Toffoli em Brasília, mas a obra foi paga pelo ministro.

Na terça (13), num evento em São Paulo e sem entrar em detalhes sobre o conteúdo da delação, o procurador da força-tarefa Deltan Dallagnol disse que os esboços apresentados por Léo Pinheiro eram imprestáveis para a investigação da Lava Jato. (continua)

Anônimo disse...

(continuação)

O uso de uma informação que não aparece no inquérito abre um flanco para a defesa contestar as acusações, de acordo com Renato Melo Jorge Silveira, professor titular de direito penal da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

"Se essa informação não estiver em lugar nenhum do inquérito, a defesa vai arguir que a acusação de corrupção é uma ilação vazia dos procuradores, sem qualquer fundamento".

Segundo ele, vale para o caso a máxima de que "o que não está nos autos não está no mundo". Ou seja, se não houver outra fonte dessa informação, além daquela que aparece no esboço de delação do ex-presidente da OAS, ela não poderá ser usada pelos procuradores caso Lula venha a se tornar réu na Lava Jato em Curitiba.

O juiz federal Sergio Moro terá que decidir na próxima semana se aceita ou não a denúncia dos procuradores.

OUTRO LADO

Os procuradores da Lava Jato em Curitiba não quiseram comentar qual a fonte da acusação segundo a qual a suposta propina paga a Lula era descontada do suborno que o PT recebia por obras da Petrobras. A reportagem da Folha enviou mensagens para Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobon, mas não obteve respostas.

A Folha enviou o mesmo questionamento para a assessoria de imprensa do Ministério Público Federal. A resposta foi que os procuradores não atenderam jornalistas nesta semana e não abririam uma exceção para a reportagem da Folha.

A defesa do ex-presidente Lula diz que não há prova alguma de que ele tenha sido beneficiado por desvios da Petrobras. Os advogados também negam que o tríplex seja ou tenha sido do ex-presidente.

Anônimo disse...

Cara você é masoquista... o Brasil inteiro sabe que o Lula é o chefe, só você e os caras que escrevem essas porcarias que você repete é que não sabem.

Anônimo disse...

Pois é, caro das 15h57, você é como os promotores: um disse que não há provas cabais, o outro que tem convicção. Você junta os dois: não tenho provas cabais, mas tenho convicção que o Lula é o maior ladrão, mesmo o Ministério Público só tendo conseguido, sem provas cabais, apontar R$ 3,7 milhões de suposta propina contra R$ 20 milhões, levantados pela mesma Lava Jato nas contas de José Serra, contra o qual provavelmente há provas cabais, mas nenhuma convicção. Eu sou masoquista e você uma piada.