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quinta-feira, 2 de novembro de 2017

. . . o Dia de Finados e o Cadáver

--- Nesta quinta-feira, dia 2 de novembro é o dia consagrado aos mortos -- Dia de Finados -- dia de oração, de respeito, de silêncio, de saudade e de meditação. Quantas vezes todos nós já não nos deparamos com entes queridos ou amigos que partiram e que estão ali perante nós no derradeiro e triste momento do adeus. Sempre dizemos ou pensamos que ainda ontem estavam vivos entre nós e agora nunca mais os veremos.


HISTÓRIA DO DIA DE FINADOS
O Dia de Finados é o dia da celebração da vida eterna das pessoas queridas que já faleceram. É o Dia do Amor, porque amar é sentir que o outro não morrerá nunca.
É celebrar essa vida eterna que não vai terminar nunca. Pois, a vida cristã é viver em comunhão íntima com Deus, agora e para sempre.
Desde o século 1º, os cristãos rezam pelos falecidos; costumavam visitar os túmulos dos mártires nas catacumbas para rezar pelos que morreram sem martírio.
No século 4º, já encontramos a Memória dos Mortos na celebração da missa. Desde o século 5º, a Igreja dedica um dia por ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém se lembrava.
Desde o século XI, os Papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia por ano aos mortos.
Desde o século XIII, esse dia anual por todos os mortos é comemorado no dia 2 de novembro, porque no dia 1º de novembro é a festa de "Todos os Santos".
O Dia de Todos os Santos celebra todos os que morreram em estado de graça e não foram canonizados. O Dia de Todos os Mortos celebra todos os que morreram e não são lembrados na oração.

No início de minha atividade jornalística, no começo de minha juventude, lá pelos anos 60 e 70, escrevi várias crônicas para o jornal O Serrano. Umas mais, outras menos tocantes. Hoje, aproveitando mais um Dia de Finados, transcrevo a que se segue para justamente meditarmos sobre o que é hoje o nosso corpo ainda com vida e o que será ele depois que a vida se for. Leia com calma e medite:

Hoje vamos tentar comentar um cadáver.

O que é um cadáver?

É um ser que está ali, inerte, frio.

Sua fisionomia é inexpressiva. Há algumas horas, talvez transmitisse alegria.

Agora está ali, não reagindo a nenhum estímulo. Há algumas horas, talvez fosse o mais implicante dos homens, incomodando-se com o barulho, com a comida, com a roupa, com tudo.

Agora está ali, sem nada ver, pois seus olhos não têm brilho, sem falar, pois sua boca não mais se movimenta. Há algumas horas talvez olhasse e visse tudo e todos e tudo sobre todos e falasse talvez muitas verdades e muitas mentiras.

Agora está ali, seu corpo é uma coisa que em mais alguns minutos vai começar a exalar mau cheiro. Há algumas horas, talvez fosse o mais perfumado dos seres.

Agora está ali, sem sentir nenhuma emoção. Há algumas horas talvez como disse alguém "amou e foi amado e sentiu saudades de outros que partiram".

Agora está ali, não mais adiantam o dinheiro, o orgulho, a inveja, a posição social, o diploma, os títulos, as propriedades. Nada mais vai lhe restituir aquilo que agora o está diferenciando dos que estão a sua volta --- a vida.

Agora está ali, é um cadáver. Nasceu, cresceu, viveu, fez ou não coisas boas, mas agora está ali, pronto para desaparecer.

Um cadáver, um corpo que serviu de instrumento para a vida agir em todos os campos, guiada pela índole individual. Ser bom ou ser mau, falso ou autêntico, líder ou submisso, querido ou odiado.

O poderoso e o fraco, o rico e o pobre, o patrão e o empregado, a rainha e o presidente, o professor e o aluno, o papa e o padre, o juiz e o presidiário, o bom e o mau, todos estarão ali.

A vida se foi, o que ela conseguiu transmitir ficou, seu instrumento, o cadáver, desapareceu.

E pingue-se o ponto.

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