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segunda-feira, 11 de março de 2019

. . . que é impressionante este relato sobre nosso cemitério

--- Recebi uma longa carta manuscrita (foto - frente e verso de cada folha) assinada pelo Aldegundes, na íntegra,
voltando ao assunto crucial de nosso cemitério. Leiam autoridades municipais, principalmente prefeito e vereadores e não se façam de rogados novamente. Procurem se inteirar dos fatos que acontecem em nosso esquecido Campo Santo para onde todos nós também iremos a qualquer momento. O experiente Aldegundes faz seríssimas denúncias, aponta soluções e reclama do abandono do cemitério local, inclusive com dados e narrativas chocantes.


"Amigo Dr. Lauro José Amabile Corrêa, venho a público agradecer o espaço em seu grande e importante Blog-Comentando. Venho há tempos alertando as autoridades para que olhem com amor e carinho aquela necrópole. Sou frequente no cemitério pelo motivo da minha profissão herdada de meu pai.
O tempo iniciou com o meu avô José Fagundes, funcionário em 1.906 quando foi aberto o nosso Campo Santo. Depois o meu pai e o meu Tio Vicente, que também foi funcionário municipal e tanto zelou por ele. Quero dizer que através desse passado se passou um pouco mais de 1 século que a Família Fagundes está envolvida com o Campo Santo e por isso me sinto conhecedor dos estatutos do cemitério, sou experiente também. Poucos foram os prefeitos que olharam e fizeram algo que mudasse ou que tiveram a atenção voltada. Pode ser uma coincidência, mas os que deram essa atenção, tiveram uma ótima administração.
É uma grande mentira quando falam que não há mais terreno para construir, pois com muito esforço na época o meu pai Sr. Aldegundes Fagundes conseguiu alinhar todo o campo, formou-se quadras, construiu carneiras com lajes móveis e por isso o nosso cemitério é um dos poucos que têm terreno para construir e graças também pela incorporação da área antes destinada a Vila São Vicente de Paulo.
Existem 2 quadras que estão preparadas a isto, quadra geral infantil e quadra geral adulta. Antes de mexer a Prefeitura terá que fazer um edital, no caso comunicar as famílias através do semanário local. Daí depois de retirado o que está  sepultado, a família decide o destino, se vai para o ossário ou alguma sepultura construída.
Na quadra infantil o administrador atual Sr. João Pereira, orientou mal as pessoas, vendendo a parte do terreno que compunha a sepultura infantil, digo, completa o suficiente para construir carneira adulta.
Faço a crítica sim devido a esta incorporação. Sem planejamento compromete o alinhamento da quadra. Sendo medidas diferentes as carneiras construídas engoliram algumas sepulturas. A família atenta reclamou e se acertou, com certeza outras não procuraram os seus direitos e por isso a minha indignação. Os prefeitos permitiram que as famílias serranas perdessem a memória dos seus antepassados.
Na quadra geral adulta o procedimento seria o mesmo, só que se não fosse a minha intercessão teriam construído até sem o conhecimento do Sr. Prefeito atual. Começaram a aparecer alguns documentos que algumas famílias teriam comprado área sem construção, o que nunca fiquei sabendo sobre estes documentos porque a Prefeitura não admitia vender o terreno sem construção.
A construção existente feita por um único funcionário  municipal, o qual este não tem assessoria nenhuma, além de fazer fora dos padrões de medidas , no caso altura, não cava o suficiente para fazer carneira mais baixa, além da construção não ter um reboque firme, algumas já se deteriorando.
Pouco caso deste administrador com o público, não completa o horário determinado no trabalho, sai sempre antes de terminar o expediente e coloca na porta o número do telefone que quase nunca atende. O funcionário citado não tendo o que fazer devido a falta de material para construir, executa serviço particular em horário de trabalho. Isso também as autoridades sabem e não tomam providências.
As colmeias já são poucas, então é obrigado a mexer antes do prazo dado por lei de 5 anos. A administração ao invés de avisar as famílias, executam e depois mentem dizendo que telefonaram muitas vezes, mas sem sucesso. Aconteceu com os pais de um amigo que procurava comprar algo para colocar em um lugar, para o descanso eterno dos restos mortais. Só que este respondeu que na casa dele tem bina e nunca foi registrado o telefonema. Para amenizar o pastor disse que tinha colocado com a identificação no saco e levado ao ossário, a placa caiu e não conseguiu, então, com a boa vontade dos funcionários, retiraram 23 sacos do ossário sem identificação e pediram para ele abrir um por um para ver se conseguia identificar alguma veste que tivesse  com seu pai. Achou uma cueca parecida com a que o pai usava. Os restos da mãe não teve como reconhecer e na dúvida, aconselharam fazer um exame de DNA que seria por conta dele, na faculdade de São Carlos que ficaria em R$7.600,00. Resultado, não quis mexer...
Caso de sepultamento mal feito estoura o corpo e o cheiro é intenso. Teve casos que estourou o corpo e a água saiu na calçada... Tampa mal vedada cai e aparece o caixão do filho de uma senhora. Só não deu B.O, porque a filha localizou o prefeito em São Paulo e este mandou os assessores se virarem para atender a família.
Além do mato ter crescido, o cemitério deixou de ser um Jardim da Saudade, pois já foi reclamado até no jornal que começam a fazer construção de reformas nas lápides e deixam o material jogado nas ruas, coisa que nunca acontecia na administração do Tio Vicente.
O ossário está superlotado e além de estarem bombardeados de escorpiões, os funcionários evitam de entrar pois tem o risco de se machucarem com ossos fragmentados e ferragem de operação, pois estes não têm equipamentos adequados.
Sugeri que fizessem uma cotação para cremar os ossos ali existentes e depois que fizessem um memorial dedicado a estes esquecidos.
Choca muito ver caixões retirados das sepulturas e jogados a céu aberto, à vista de todo mundo, esperando a caçamba vir para levar em um destino qualquer. Só que as autoridades esquecem que o nosso solo tem muito lençol freático. Solução para isso: fazer uma parede em algum canto e depositar com uma entrada fechada. Tiraria de nossos olhos e uma vez acumulada uma certa quantia, colocava em um caminhão e levaria para a cidade de Paulínia para incinerar, seguindo o exemplo de outras cidades. Criação de uma colmeia infantil. Aproveitar as paredes dos muros e fazer uma gaveta perpétua para as famílias colocarem os restos mortais de seus entes e até oferecer um meio de cremar esses ossos, dando a escolha de como proceder.
Um fato de aborrecimento com tristeza é o descaso do funcionário João Pereira sobre o que está fazendo, ou seja, cobrar a taxa  devida para a reforma ou revestimento, muitas vezes não bate com o valor referido. A Prefeitura sempre forneceu um talão para especificar os valores da taxa, sendo este numerado para identificação e com o logotipo do brasão de nossa cidade. Acontece que está emitindo um recibo confeccionado e comprado em livraria, no qual não fala o que foi pago, simplesmente colocado como serviços prestados. Dá a impressão que está mal intencionado pois deveria levar ao tesoureiro recolher e trocar pelo documento certo. As famílias não têm como comprovar que estão quites com a Prefeitura, mas sabem que este que já foi candidato a vereador, acertam com ele. Este fato já foi comunicado com quase todos os vereadores e teve até quem bateu no peito e disse que falaria na tribuna. Não fez e está procurando documento até hoje. O único vereador a levar ao conhecimento do prefeito foi o vereador Paulo Gianini. As raras vezes em que encontrei com este funcionário, antes indicado e agora efetivado não no cargo que ocupa, está levantando em livro para descobrir que família teria túmulos para vender e aí se oferece de intermediário. Se vier algum agrado financeiro este ajuda para o IPTU, IPVA, luz, etc., é esse o argumento dele.
O sr. prefeito, o vice, alguns vereadores e assessores, inclusive o deputado, já estão a par deste fato, mas não providenciam nada.
Lauro, o cemitério está tão abandonado que funcionários antes das 17 horas fecham o portão, inclusive fechando gente com carro lá dentro, constrangendo as pessoas que já passaram por isso. Fiquei perplexo com o que aconteceu comigo. Este funcionário acreditou na palavra de uma pessoa que tinha um irmão dele sepultado em uma carneira de minha propriedade, comprada, com todos os documentos na mão. Ele riscou o meu nome no livro e passou para o que não tinha documento na mão. Senti-me na obrigação de passar para esta família, só que fiquei sem reserva devido a incompetência deste homem. Não tenho conhecimento se há outros casos.
Atenciosamente,
Aldegundes Carlos Fagundes."

Um comentário:

LARA disse...

O MELHOR MESMO DIANTE DE TANTA BAGUNÇA É SER SEPULTADO EM OUTRA CIDADE PORQUE POR AQUI A COISA TÁ PRETA MESMO .............CONSTRUA-SE UM CREMATÓRIO E PARTE DO PROBLEMA FICA RESOLVIDO...MAS ISSO... ISSO ...E SONHAR MUITO ALTO .......