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segunda-feira, 18 de maio de 2020

. . . um fato que poucos ficaram sabendo


--- O blog recebeu hoje o texto abaixo via e-mail, mas antes sua  
autora pediu autorização para enviar e ser publicado. Eis :

Um infeliz Dia das Mães

Por: Maria Rosana Invencioni Lona

Foi assim que começou esse dia tão especial para a minha mãe: infeliz.
Durante a madrugada de sábado para domingo, dia das mães, algo tenebroso aconteceu que abalou toda minha família e assustou a todos que presenciaram ou apenas ouviram falar.
Uma criatura do mal dominado pelo efeito do crack e por sua própria personalidade obscura, invadiu o corredor que leva à casa do meu pai e fica adjacente à casa da minha mãe (separada por um muro), uma vez que são separados, mas vizinhos.
No corredor, o homem bradava aos quatro ventos que iria matar o “velho”, no caso, meu pai e empunhava uma enxada querendo entrar na casa. Minha mãe ouvindo o barulho, saiu pela porta da frente e perguntou o que estava acontecendo ali e como o algoz já tinha um firme propósito de cometer uma maldade, viu a porta aberta, pulou o muro que separa o corredor da casa da minha mãe, entrou, deixando-a do lado de fora, em trajes sumários, enrolada em uma canga e ateou fogo na sala que acabou se alastrando rapidamente queimando tudo ao redor.
Minha mãe já gritava por socorro, o seu grito foi ouvido de longe (soube depois) e uma família vizinha, Lúcia, Zinho e seus filhos, se levantaram e foram socorrê-la. Minha mãe que nesta hora estava tentando conter as chamas, foi ameaçada pelo malfeitor com uma faca, dizendo que iria matá-la, ela, uma senhora indefesa. Como se não bastasse a pandemia do Coronavírus, que ameaça diariamente a vida dos nossos idosos, um fora-da-lei aparece para ameaçar um pai e uma mãe de bem dentro de sua própria casa.
O fogo foi controlado pelos vizinhos e por meu pai, que ainda não sabia o que estava acontecendo e foi despertado por um dos vizinhos e se uniu ao grupo para conter as chamas,
A atuação do Corpo de Bombeiros não foi a esperada, pois não atendeu às inúmeras ligações feitas pelos vizinhos e apareceu somente após a Polícia chegar ao local e realizar a chamada, mas quando chegou, o fogo já havia sido controlado pelos verdadeiros heróis. A Polícia efetuou a prisão do homem que ficou nas imediações fazendo arruaça.
Mas o bem maior prevaleceu, pois mesmo após os momentos de horror que estampava o seu rosto, minha mãe foi levada à Delegacia de Polícia e conseguiu narrar o ocorrido. E embora tudo tenha sido destruído dentro de casa, o que não foi consumido pelo fogo, foi atingido pela fumaça tóxica e não pode ser aproveitado, os nossos bens mais preciosos (meu e dos meus irmãos) foram preservados com vida: minha mãe e meu pai.
Agradeço a todos os que de alguma forma ajudaram e foram solidários com a situação (Lúcia e sua família, Dona Lourdes e demais vizinhos, tio, primos, primas e ao meu marido Luiz). No dia das mães tivemos muitas visitas e mãos estendidas, todos estarrecidos e minha mãe ainda se recuperando do maior choque de sua vida, com o olhar de tristeza e perplexidade diante de tamanha crueldade.

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