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domingo, 31 de janeiro de 2021

. . . que a história se repete eternamente

 --- Manda minha consciência que conte hoje pra vocês um fato ocorrido envolvendo minha família há exatos 67 anos. Tal narrativa não tem a intenção de condenar o mesmo ato praticado em circunstâncias iguais com todo este intervalo de tempo e nem a pretensão de que algo vai se modificar e não venha mais a acontecer. Longe disso, pois pimenta nos dos outros foi, é e sempre será refresco. 

* A foto mostra meu tio e padrinho de crisma Américo Amabile, irmão de minha mãe tendo-me ao colo no dia 1º de maio de 1.948 (ao fundo onde hoje é o Bar Santos). Presto minha homenagem póstuma a ele com muita saudade. Ele faleceu aos 48 anos em janeiro de 1.954. Naquele tempo não havia Velório Municipal e os falecidos eram velados um dia inteiro em suas residências e depois eram levados em procissão pelas ruas até a Matriz onde os corpos eram encomendados. Não havia sequer carro fúnebre. Em seguida levados, também em procissões à pé ao cemitério. Quando do falecimento de meu tio-padrinho Américo, seu corpo estava sendo velado em minha casa bem no centro da cidade, quando (sintam as coincidências) naquele dia em janeiro de 54 o Palmeiras conquistou um título e sua torcida festejava no largo da praça com muita gritaria e rojões bem em frente de casa e, portanto, do velório de meu tio, e isso causou muita indignação em toda a família e amigos do falecido considerando um grande desrespeito e falta de consideração para com a família enlutada. Tal festejo era comandado por um indivíduo cujas iniciais eram N. (apelido) M. (esse M de antiga família serrana) que jamais foi esquecido e desconsiderado pela família. 

* Trazendo isso para a atualidade, ontem infelizmente a história se repetiu pois a cidade estava enlutada pelo passamento de duas queridas pessoas de tradicionais famílias serranas. Nada contra as comemorações pois isso também teria acontecido com qualquer outra torcida de outros times, apenas que há ocasiões e momentos em que as coisas devem ser postas na balança do desconfiômetro, da racionalidade, da educação e respeito. Tal fato no longínquo 1.954 jamais foi esquecido o que nos faz concluir que muito provavelmente também não o será na mente das famílias enlutadas de hoje, porém com a certeza de que nos tempos atuais isso será considerado absolutamente normal em face da importância do título conquistado, mesmo porque ambas as famílias enlutadas são de origem italiana com muitos palmeirenses e tal conquista no mesmo dia pode até ter servido de bálsamo para um dia de tristeza e sofrimento. Plenamente compreensível! 

* Confirmando a indignação daquele tempo, outro tio meu, irmão agora do meu pai, escreveu em seguida o artigo abaixo para quem quiser e tiver a paciência de ler (chama no zum). 

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