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terça-feira, 1 de abril de 2014

. . . sem medo de sentir medo

--- E sem medo de ser feliz! No final dos anos 80 escrevi uma crônica que está entre as minhas preferidas, onde escrevi sobre o 
                                                     
Procurei no Aurélio uma palavra difícil que me deixasse sério e pudesse colocar-me em xeque, diante da qual me abrisse em leque e me fizesse pensar e meditar.
De A a Z procurei, em algumas parei, mas bem no meio do abecedário, quase na metade do dicionário, uma me fez estarrecer.
Palavra tão curta, apenas quatro letras, com um significado gigantesco, enorme e apavorante.
Perante ela julguei-me um completo analfabeto, um ignorante.
Toda a humanidade, por mais forte que seja o homem, no momento da verdade, na guerra ou na paz, fica completamente incapaz, numa atitude macabra, quando se acha frente a frente com essa palavra.
Mais tarde ou mais cedo todo mundo acaba se deparando com o medo.
Procurando em todo o vocabulário, concluí que não é necessário que haja medo só do além.
Pode ser o medo de perder alguém, um doce bem, um ente querido ou um amigo. Medo da criança diante do perigo. Do jovem perante uma vida sem estilo ou do velho sozinho num asilo.
Em todos os seus tipos há um que atinge pobres e ricos e talvez seja o mais forte --- é o medo da morte.
E há também o medo do ser apaixonado diante da perspectiva de amar sem ser amado.
Há aquele medo do proibido em que a gente fica um tanto inibido, mas acaba entrando de cabeça no caso amoroso, porque desse jeito ele é muito mais gostoso.
Há o medo da incerteza, das manifestações da natureza, da chuva, do raio, do trovão, do vento e do tufão.
Mas, o pior de todos os medos é o medo do próprio medo!
O medo de sentir medo!
Ai que medo!

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