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quarta-feira, 30 de julho de 2014

. . . o que dizer disso minha gente?

 Carta endereçada à Presidenta Dilma Rousseff  por uma brasileira que vive em Israel
 
Rita Cohen Wolf
 
Sra Presidente Dilma Roussef.
Na minha carteira de identidade de numero 4051182-6 expedida pelo Instituto Felix Pacheco no Rio de Janeiro, ao lado do item nacionalidade esta escrito "brasileira".
Sim, sou brasileira e "carioca da gema". Filha de pais brasileiros e mãe de filhas brasileiras. Gosto de empadinha de palmitoagua de coco , feijão e farofa. Ouço Marisa Monte, Cartola, Caetano e CazuzaVisto a camisa seja qual for o placar e posso mesmo declarar que tenho sangue verde e amarelo.
Sou dos "Anos rebeldes", aqueles onde muitas vezes o máximo da rebeldia era cantar "Afasta de mim este cálice" enquanto ficávamos de olho se algum colega de escola "era sumido". Aqueles anos onde Chico Buarque só podia ser Julinho da Adelaide. Sai as ruas pelas "Diretas Já" e, emocionada, vi o Gabeira e o Betinho finalmente voltarem do exílio arbitrário.
Nos anos 90, já com mestrado em Psicologia e em Educação, fui honrosamente convidada a assessorar a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Cheia de entusiasmo, fazia parte de uma equipe profissional de primeira linha. A nossa frente, uma Secretaria de Educação indicada pelo Prefeito não por suas ligações políticas mas por sua competência profissional e comprometimento por uma Escola de qualidade para as nossas crianças.
E foi ai que comecei a perceber que algo de muito errado acontecia na minha cidade e no meu pais. Mesmo ocupando um cargo de onde poderia "fazer acontecer", percebi que apenas vontade política ,profissionalismo e amor pelas crianças do Rio de Janeiro não eram suficientes para mudar a antiga engrenagem: emperrada, viciada, corrompida e perversa.
Foi depois de ter sido assaltada 8 vezes, uma delas com um revólver apontado pra minha cabeça... foi ai que a ficha caiu e percebi que não poderia mais criar minhas filhas no meio da corrupção, suborno, mão armada e com medo da própria sombra. Tinha que me despedir do meu Pais.
Com muita dor no coração e resolvi fazer as malas. Por livre escolha, assim como tantos e tantos brasileiros. Meu Pais não podia me oferecer condições dignas de vida. Não se preocupava ou não agia com eficiência em nome do bem-estar de seus cidadãosFiz minhas malas e vim pro Oriente Médio.
Apesar de na minha carteira de identidade não constar o item "religião", eu posso lhe contar. Sou judia.

"
Judeu" palavra que para muitos esta diretamente associada a Judas o traidor de Jesus Cristo ( ele mesmo judeu) e também a Freud, Einstein, Bill Gates e Mark Zuckerberg e mais vários ganhadores de Premio Nobel.
Optei viver em Israel. Me tornei israelense. Quanta contradição, sair do Brasil por medo de assaltos e sequestros e vir para Israel...
Aqui Sra Presidente, quando estamos em perigo, soam sirenes para que entremos em abrigos anti-bombas. Nunca mais estive a ponto de ser pega por uma bala perdida, assim como nunca mais tive que sentir a dor no peito ao ver famílias inteiras a beira da rua mendigando. Nunca mais tive que me pegar na dúvida do que sentir diante de um pivete: medo ou pena. Por que aqui não existem pivetes. A educação e a saúde são um direito de fato de todos os cidadãos, independente de cor, raça ou credo.
Sou uma dos cerca de 10 mil brasileiros que vivem hoje em Israel e, que hoje de manhã ao acordarem, deram-se conta de que o Governo brasileiro chamou o embaixador brasileiro em Israel pra uma " consulta em protesto pela operação do exército de Israel na Faixa de Gaza". Me pergunto se também foram chamados o embaixador na Síria, onde na última semana morreram mais de 700 pessoas. Ou talvez o embaixador no Iraque onde está sendo feita uma "purificação étnica". O próximo passo já bate na porta: cortar as relações diplomáticas do Brasil com Israel.
Escrevo pra lhe contar Sra. Presidente que tenho vergonha.
Num momento tão delicado para tantos de nós brasileiros que vivem em Israel, no momento onde Israel recebe a visita e o franco apoio da Primeira-ministra da Alemanha, do Ministro do Exterior da Inglaterra, do Ministro do Exterior dos Estados Unidos e da Ministra do Exterior da Itália... um dia depois que o Secretário Geral da ONU visita Israel e declara que o país tem todo o direito de se defender e a seus cidadãos do ataque de um grupo terrorista… depois disso, recebemos a notícia da chamada do Embaixador brasileiro.
A televisão anuncia a decisão brasileira e tenho vergonha.
A vergonha não e só pelo alinhamento do Brasil com os paises islâmicos extremistas ao invés de se alinhar com a Democracia. Tenho vergonha também dos meios de comunicação tendenciosos do Brasil, que só enxergam ou só querem enxergar um lado da história. Mas isso já e outra conversa
Hoje, junto com a notícia da chamada do embaixador brasileiro, vi também na televisão que o governo de Israel está enviando vários aviões pros quatro cantos do planeta para resgatarem israelenses que por conta do embargo aéreo temporário das companhias de aviação estrangeiras não conseguem voltar pra Israel.
Uma verdadeira operação resgate. Por que? Pois aqui a vida do cidadão tem valor.
Eu vivo num país onde a vida de um soldado foi trocada pela de 1000 terroristas presos por crime de sangue.
Na minha ingenuidade, cheguei a pensar que o Brasil tentaria verificar a situação de seus cidadãos em Israel nesse momento de guerra, se algum cidadão brasileiro estaria com alguma necessidade que pudesse ser atendida pela representação do Brasil em Israel. Que bobinha...
Mais fácil talvez seja mesmo vir a cortar as relações diplomáticas pois não sei mais qual o valor do meu passaporte brasileiro.
Vergonha e desgosto por comprovar, que mesmo depois de tantos anos, o brasileiro ainda vale muito pouco,pra não dizer quase nada, pro seu próprio pais.
E o verde-amarelo do meu sangue cada vez mais vai perdendo sua cor.
 
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10 comentários:

Anônimo disse...

Vergonha é lançar Missíl contra paus e pedras dos palestinos, vergonha é atingir escolas, hospitais e mesquitas na faixa de gaza, vergonha é não aceitar a paz.
É bom mesmo que fique em Israel e não venha palpitar aqui no Brasil, e que sejam bem vindos os palestinos refugiados que não tiveram opção.

Anônimo disse...

Enquanto Israel protege a sua população, o Hamas usa a sua população como escudo. Eis a diferença de comando de Estado. Grandes guerreiros covardes.
Paus e pedras?
Mais de 2500 mísseis já foram lançados contra Israel. Se não fosse o sistema de defesa antiaéreo de Israel a coisa estaria pior.
Aproveite e leve um Palestino para tua casa. Seja solidário nas ações e não somente nas palavras.

Anônimo disse...

Recomendo o documentário Occupattion 101 https://www.youtube.com/watch?v=8twvXHUNrXY

MOSCARDO disse...

QUANDO A MÃE DE ISMAEL E ISRAEL LANÇOU A MALDIÇÃO DE QUE NUNCA IRIAM VIVER EM PAZ JUNTOS NINGUEM PENSAVA DQUE A PREGA PEGARIA E PEGOU......

ISMAELITAS E ISRAELENSES NUNCA ALCANÇARAM A PAZ NA MESMA QUE PISAM E DIZEM SER SUA....

LARA disse...

Vergonha tambem Senhor das 11.41 e explodir corpos de palestinos em plena ruas de israel e em seus ônibus matando inocentes .

Os palestinos já deviam saber a muito tempo de que Israel aplica sempre com contundente a Lei de Talião sempre que seu povo é atacado

olho por olho dente por dente.........

MOSCARDO disse...

ESTA SENHORA É UMA COMUNISTA DESILUDIDA COM O ESTADO....

FUGIU DO BRASIL AO PRIMEIRO EMBATE E VEM DECLARAR-SE NACIONALISTA.

A SENHORA TEM DUAS NACIONALIDADES SENÃO NÃO ESTARIA EM ISRAEL .....PORTANTO DESILUDIDA QUE FIQUE COM A NACIONALIDADE HEBRAICA E AGUENTE A CONSEQUÊNCIA DA ESCOLHA.

VAI CHORAR NA CAMA QUE É LUGAR QUENTE....

Anônimo disse...

Depois de trazermos cubanos, talvez começaremos a trazer palestinos para o Brasil... O que beleza...

Milton

Anônimo disse...

Falou e assino. Leve não só um, mas todos os palestinos para sua casa. O povo brasileiro tem seus próprios problemas com a roubalheira sem fim, não precisamos de mais um palestino sequer pendurado nas nossas costas. Pimenta no rabo do outro não arde, palestino pode meter bomba pra todo lado, quando metem bomba nele ele grita “direitos humanos”, mataram nossas criancinhas. As 50 pessoas que morrem em Israel não contam. E como a judia disse, trocamos um judeu por 1000 palestinos. Se esta matemática vale, então temos o direito de matar 50.000 palestinos também. Pelo que sei já morreram 1300 palestinos, o que nos deixa um saldo de 48.700 a nosso favor. 50 x 1000. Pergunta: Porque os países muçulmanos como a riquíssima Arábia Saudita não acolhe este seus irmãos muçulmanos. O Brasil cristão, governado por um bando de medíocres não tem nada que dar abrigo a homem bomba algum, muito menos aqueles da Palestina.

Anônimo disse...

Moscardo, vai ser muito difícil para você encontrar um candidato nesta eleição. O vice de Aécio Neves foi simplesmente motorista de Mariguella, um dos maiores comunistas desse país. Espero que a imprensa dê o mesmo tratamento ao passado de Almino Afonso que foi dado à presidente Dilma.

Anônimo disse...

O depoimento dessa pessoa é apenas um lado da guerra cruel. Quem realmente está interessado em que um dia haja paz naquela região e tem buscado informações suficientes sobre o assunto sabe muito bem que se trata apenas de um desabafo de quem quer envolver um governo do qual discorda sob apenas uma ótica desse conflito que é muito mais complexo do que a visão unilateral apresentada. É preciso muita sabedoria para levar paz àquela região.